Rui Ventura – A Gestão hoteleira parece não ter com o que se preocupar.

por Rui Ventura

Como consultor e GESTOR HOTELEIRO tenho contato com os mais iminentes gerentes de hotel do País, isso nos leva a trocar “figurinhas” sobre tudo em ADM e muitas vezes minha experiência de 44 anos através do Mundo lhes é de alguma valia. Isso é gratificante, sempre digo que quem me procura é normalmente quem menos precisa, mas nada como ter diferentes pontos de vista para traçar sua estratégia.

Em plena crisealguns desses Amigos implantaram hotéis em pelo menos três mercados com perfis diferentes, não temos aqui nem Rio nem São Paulo logo mercados de menor expressão e alguns, pelo que consta em dificuldades como o caso de Porto Seguro onde a Airbnb tem atuação muito forte.

A pergunta é: como eles conseguiram implantar e abrir um hotel em plena crise e já no primeiro mês terem resultados positivos? – Eu Ajudo, eles são Hoteleiros e não Hospedeiros, abriram hotéis, fizeram tudo o que deviam e sabiam fazer e pode até ser que a Airbnb os tenha atrapalhado, só que ao que parece não, pelo menos não serviu de desculpa e sim de incentivo já que precisa ser MUITO BOM para fazer isto. Mesmo nos dias de hoje abrir um hotel e gerar lucro nos primeiros 30 dias de operação, você é hoje um TOP 5.

AirBnB é uma realidade para um público determinado, o “hoteleiro” que se mantém atualizado, mantem seu Benchmarking atualizado estuda e recicla mercados, transforma clientes em hospedes, mantem uma equipe coesa e treinada sua unidade realmente em ordem, com colchões e enxovais em ordem e equipamentos funcionais, e acima de tudo um serviço impecável, não se preocupa com Airbnb, porque este não presta serviços e um dos pilares da hotelaria é exatamente o Serviço, o outro é Atendimento, Airbnb não tem.

Como nos casos acima, e não me refiro a todos os que conheço, eles dão lucro, apenas por uma gestão hoteleira eficiente enxuta e eficaz, no primeiro mês.

Mas a última edição da revista Panrotas, uma das mais críveis de nossa área trás uma matéria sobre o AirBnB e lá veem os “hoteleiros” com choradeira, deixem-me perguntar novamente, porque em vez de se lamentarem e isso vem de longa data não agem?

É sabido que a regulamentação desta plataforma é municipal isso com certeza na Península Ibérica, não sei se no nosso modelo de Estados isso seria possível a nível estadual, mas creio que não.

Isto posto porque as entidades de classe a quem cabe lutar por essa regulamentação não agem ao invés de se lamentar? Faz um ano que a primeira regulamentação entrou em vigor e de então para cá, com tempo de sobra para que isso estivesse resolvido há uma evolução pífia, e o coro da choradeira só faz aumentar.

Sabemos que os munícipios querem arrecadação, porque não fundamentar o pedido de forma que possa ser comprovada e que encha os olhos de quem pode homologar.

No primeiro semestre de 2018 Lisboa, a Capital Portuguesa com menos de 600.000 Habitantes recebeu da plataforma dois milhões e seiscentos mil Euros. A Taxa de turismo paga pela plataforma é de 1 euro (R$ 4,20) por pernoite até ao 7º pernoite por hospede maior de 13 anos. Já no Porto, a 2ª maior cidade com menos de 250 mil habitantes, esta taxa é de 2 euros, (R$8,40), e como Lisboa até à 7ª diária.

O Airbnb foi regulamentado no Porto em Abril deste ano e até Junho pagou ao órgão competente, a Câmara municipal 900 mil euros. Isto são dados de duas cidades ambas não só turísticas, mas principalmente de turismo e hospedagem corporativa. As campeãs em recebimento desta taxa de turismo como é chamada em Portugal depois de Lisboa e Porto foram as cidades (TODAS TURÍSTICAS) do Algarve a província mais ao Sul de Portugal, então Amigos. Ação, e competência porque lamentação não vai ajudar.

É interessante saber que por lá a plataforma só pode anunciar unidades que tenham o nrº de registro da entidade municipal de turismo – O descumprimento dessa norma fica muito caro em multas para a plataforma. Transformem os valores em R$, e fundamentem as petições – Sim o Brasil tem condições de fazer muito mais, conviver com a Airbnb que não concorre com Hotelaria e sim com hospedaria. Então regulamentem, reciclem-se e SUCESSO. Se fizerem mais do mesmo, lamento informar que não terão mais do mesmo e sim menos do que vinham tendo.

Lisboa ganhou em 2018 – 1.600 novas UHs já o Porto no mesmo período eu não tenho a informação, mas dos 115 novos hotéis de Portugal o maior Nr. de UHs ficou com Lisboa e o Porto, as duas maiores cidades.

A situação, que deveria estar regulamentada precisa SOLUÇÃO e não LAMENTAÇÃO.

 

Rui Ventura

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